Simultaneamente simples e profunda a prática do Movimento Autêntico consiste numa pessoa que, fechando os olhos, busca e segue o seu movimento interno (a movedora) na presença física de uma outra que, em silêncio, observa e recebe esses movimentos (a testemunha).
Criada por Mary Starks Whitehouse - dançarina americana com formação em psicologia Jungiana - esta técnica foi desenvolvida como forma de pesquisa e auto-conhecimento, indo ao encontro daquilo que Jung havia denominado de Imaginação Activa (Active Imagination).
Nesta posição eu posso olhar esta árvore como se eu própria fosse árvore.
Posso não mover, sentido apenas a força das suas raízes a manterem-me viva e em ligação à terra.
Posso perceber as subtilezas desse movimento e sentir a pulsação da vida que percorre cada parte da árvore.
E posso também mover-me ao olhar o oscilar dos seus ramos e o crepitar das suas folhas, como se o verde em mim reconhecesse movimentos ancestrais e outros novos ainda por descobrir.
O meu corpo é uma árvore e eu posso olhar para dentro dele e posso, de dentro dele, voltar a olhar o que está em volta.
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